
Sintra é um lugar de magia e mistério, onde a natureza e o Homem se conjugam numa simbiose tão perfeita, que a UNESCO o classificou como Património da Humanidade e é a fonte para a inspiração de vários poetas e artistas.

A nossa visita a Sintra ocorreu durante as nossas férias de verão de 2018, em pleno mês de Agosto, e no decorrer das várias viagens a Lisboa. Em conversa com o Magno, partilhei que a única visita que tinha feito a Sintra ocorrera há bastante tempo (ainda em miúda e numa visita de estudo). Na memória tinha ficado a ideia de ser um lugar encantado, de lendas e mistérios, histórias e memórias que agora, com uma visão talvez diferente, tinha curiosidade de comprovar e reviver. Decidimos então reservar um dia para visitar a vila… Um dia…!? Concluímos depois que era impossível: a vila merece uma visita calma, para desfrutar não só do centro, mas de toda a zona envolvente.
Esta vila pitoresca está localizada às portas de Lisboa e é envolvida pela serra de Sintra. Na vila existem mais de 10 monumentos nacionais, uma série de trilhos opulentos e paisagens soberbas para desfrutar. Mesmo no verão, o clima é fresco e há necessidade de ter um agasalho por perto. Por tudo isto e muito mais, Sintra é considerada um dos melhores destinos turísticos, indispensáveis nas mais populares rotas turísticas que se realizam a Portugal.
No dia anterior definimos a rota, que teria início e fim no centro da vila. Começamos por Seteais, um elegante palácio cor de rosa que agora é um luxuoso hotel e restaurante. Foi construído no século XVIII para o cônsul holandês, Daniel Gildemeester.
Muito perto de Seteais está a Quinta da Regaleira. Trata-se de uma mansão estilo neomanuelino, construída aproximadamente em 1890, rodeada por um enorme e luxuriante jardim, que é o reflexo dos interesses filosóficos daquele que foi o seu proprietário Dr. António Monteiro. Os jardins estão carregados de simbolismo e secretismo, que incluem túneis, torres góticas e paredes de pedra fortificadas. A Quinta da Regaleira pode ser visitada na modalidade de visita livre ou visita guiada, sendo que para a última importa reservar antecipadamente (reservas@cultursintra.pt). Independentemente da escolha, a visita requer algum tempo. A Quinta disponibiliza audioguias por 3€, bem úteis se a visita for em modo livre. A entrada é paga e é necessário ter em consideração horários e filas, dependendo da época do ano. Quinta da Regaleira – Visitas



Já perto da hora do almoço, decidimos descer em direção ao centro histórico para almoçar. A deslocação pode ser feita sempre a pé, aliás é aconselhável dada a dificuldade que sentimos para estacionar. Habitualmente levamos almoço connosco, e para este destino não faltam locais frescos e agradáveis para fazer um picnic, mas desta vez não foi o caso. Decidimos comer algo rápido e leve. Existe muita oferta e para todas as carteiras. Por isso a escolha é relativamente fácil e rápida, se as filas também não forem muito grandes.
Depois do almoço e de termos dado uma volta pela vila agitada em pleno mês de Agosto, decidimos então sair do centro para regressar ao final da tarde. Entramos no carro e seguimos em direção ao Cabo da Roca, com o objetivo de ir parando em algumas zonas, que depois de alguma pesquisa, soubemos que eram pequenos “tesouros” escondidos na Serra de Sintra, obrigatórios para visita.
O percurso é todo ele em tons de verde, onde percorremos densas florestas, cruzamo-nos com pedras cobertas de musgo e paisagens espetaculares sobre a costa atlântica. Pelo caminho, parámos em Colares que é uma pequena povoação virada para o mar, localizada nas vertentes inferiores da serra e rodeada por jardins e vinhas.
Chegámos ao Cabo da Roca, onde está localizado um farol, no topo de uma falésia impressionante de 140 metros, que marca o ponto mais ocidental do continente europeu. Apesar do vento, a paisagem é incrivelmente bonita e compensa o frio que naturalmente se sente.

“Aqui… onde a terra se acaba e o mar começa…” (Luís de Camões)
A paragem seguinte seria na Peninha. Este pico, a 490 metros de altitude, oferece uma vista espantosa sobre a costa atlântica. Por perto está uma capela do século XVII, construída sobre rochas e decorada com azulejos. É preciso sair da estrada principal para se chegar a este pico. É um percurso rodeado por árvores que por vezes, de tão baixas, nos pareceram tocar no tejadilho do carro, oferecendo um misto de sensações, mistério e romantismo.

A próxima paragem foi no Parque e Palácio da Pena – aquele monumento que para mim é o “cabeça de cartaz” da vila.

Este é o expoente máximo, em Portugal, do romantismo do séc. XIX e constitui o mais importante polo da paisagem cultural de Sintra. Este enorme e exótico parque pode ser explorado a pé, mas também é possível levar o carro até à Cruz Alta (529m), que é o ponto mais elevado da serra de Sintra. O parque ocupa cerca de 85 hectares que beneficiam de especiais condições geológicas e climáticas, que consequentemente influenciam na naturalidade de rara beleza e importância cientifica.
O palácio é um belíssimo espaço e, para mim, é a melhor atração em Sintra. Foi criado pelo rei D.Fernando II que era absolutamente apaixonado pelas artes e pretendia que fosse observado a partir de qualquer ponto do parque. Prova disso está no exterior que foi pintado com cores vivas. As torres e estátuas de criaturas mitológicas que “rompem” das fachadas criam um ambiente romântico e ao mesmo tempo misterioso.


O interior é igualmente fascinante. Foi restaurado com o objetivo de recriar os últimos anos da monarquia em Portugal (1910). A Rainha Amélia passou a sua última noite em Portugal, no Palácio da Pena, antes de se retirar em exílio.


A subida até ao palácio é envolvida por recantos de formidável beleza, que deve ser feita com tempo, para desfrutar das mais de 500 espécies arbóreas oriundas dos quatro cantos do mundo, e porque a subida é cansativa.

Toda a informação está disponível no site Parques de Sintra onde podem ser consultados preços, possíveis descontos, horários bem como toda a informação e curiosidades associadas não só a este monumento como a muitos outros que não tivemos a oportunidade de visitar.
Abaixo registo aqueles que para mim são as principais atrações turísticas em Sintra, mas fica o registo de que muito mais há para conhecer e descobrir.
Fica a promessa e muito mais a vontade de regressar para revisitar estes e os restantes parques e monumentos incríveis que esta vila tem o privilégio de partilhar.
- Castelo dos Mouros;
- Palácio Nacional de Sintra;
- Parque Nacional da Pena;
- Palácio Nacional e Jardins de Queluz;
- Parque e Palácio de Monserrate;
- Convento dos Capuchos;
- Chalet e Jardim da Condessa d’Edla.





